Existem vários tipos de aplicações e estratégias para aplicar no mercado financeiro e aumentar o rendimento daquela poupancinha que fica guardada debaixo do colchão. Muitos não conhecem as vantagens, desvantagens e possibilidades deste tipo de investimos, separamos algumas informações que podem ajudar você a entender e se esse tipo de operação é vantajosa no seu caso.
MERCADO DE AÇÕES
Ações correspondem a uma pequena fatia de companhia que tenha capital aberto, Petrobras, Vale, Itaú, Ambev e Gerdau, por exemplo, têm ações para negociar. A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) é a mais importante do Brasil, onde são comprados e vendidos papéis das principais empresas do país.
Pontos positivos
Possibilita ganho superior ao da renda fixa quando a estratégia de investimento é bem realizada, e quando as condições da economia ajudam. No ano passado, as ações foram ótimo negócio, subindo 15,03% no Ibovespa (principal índice da B3).
Pontos negativos
É preciso ter nervos de aço para lidar com o sobe e desce das cotações e entender um pouco da economia do país e do desempenho das empresas para negociar ações.
Dica de Ouro
Comece aplicando por meio de Fundos de Investimentos, em que gestores especializados escolherão as melhores ações e o momento certo para comprar e vender.
Quanto investir?
Não há valor mínimo, mas quanto mais se aplica, maior a quantidade de ações. Especialistas apontam que R$ 3 mil pode ser um bom valor para começar, pois possibilita a compra de uma variedade maior de ações.
TÍTULOS DO TESOURO DIRETO
Títulos emitidos pelo governo federal para financiar sua dívida. Nos últimos anos, se popularizaram e deixaram de ser apenas opção para grandes investidores, quem tem R$ 40,00 já pode fazer uma aplicação. Há vários tipos de títulos e critérios de pagamento, que podem ser prefixados (seguindo a Taxa Selic atual), pós-fixados (conforme a Selic futura) ou atrelados à inflação, que pagam um bônus além do IPCA.
Pontos positivos
Além de aceitar aplicação inicial baixa, as taxas de custódia e negociação são baixas, não chegam a 0,3% da aplicação. É considerada a aplicação mais segura do país.
Pontos negativos
A maior parte dos títulos têm vencimento em prazos mais longos, em geral acima de dois anos, e quem resgata antes acaba perdendo parte dos juros acordados.
Dica de Ouro
Boa parte das corretoras e dos bancos têm deixado de cobrar taxa de negociação, o que aumenta o ganho da aplicação. Procure intermediários que ofereçam esta facilidade.
Quanto investir?
Investidores conseguem a mesma rentabilidade independente de quanto podem aplicar. É possível começar a investir no Tesouro com R$ 30,00.
CADERNETA DE POUPANÇA
Investimento mais popular do Brasil. Como não há cobrança de taxas, prazo para resgate ou exigência de aplicação mínima, é uma alternativa simples e de alta liquidez. Atualmente, com a Taxa Selic abaixo de 8,5% ao ano, a caderneta rende 70% de juro, e mais Taxa de Referência (TR). Quando a Selic está acima deste patamar, rende 0,5% ao mês, mais TR.
Pontos positivos
É prático de aplicar e resgatar, a movimentação pode ser feita pela internet ou em qualquer caixa eletrônico e não há cobrança de Imposto de Renda.
Pontos negativos
É uma opção ruim no longo prazo, pois o rendimento baixo pode não garantir proteção contra a inflação. Além disso, se o dinheiro ficar na poupança por menos de 30 dias, o rendimento não será computado.
Dica de Ouro
Use a poupança como uma reserva de emergência, com um dinheiro para cobrir imprevistos do dia a dia, e não como um investimento.
Quanto investir?
Não há valor mínimo exigido.
CDBS - CERTIFICADOS DE DEPÓSITOS BANCÁRIOS
(CDBs) oferecem ao investidor um percentual do DI (Depósito Interbancário), que é a referência da taxa básica de Juros da economia. Pela facilidade da aplicação e a ampla oferta nos bancos, costumam ser a porta de entrada de muita gente no mundo dos investimentos.
Pontos positivos
A aplicação pode ser feita em qualquer banco ou corretora e há cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para aplicações de até R$ 250 mil caso a instituição quebre.
Pontos negativos
Os grandes bancos oferecem rentabilidade baixa nos CDBs para investidores menos endinheirados, na casa dos 90% do DI, descontado o Imposto de Renda, isso representa rendimento de 4,52%.
Dica de Ouro
Prefira os CDBs pós-fixados, que atualizam o cálculo do juro conforme a nova Selic e são mais interessantes quando há tendência de alta do juro básico.
Quanto investir?
A maioria dos bancos aceita aplicação mínima a partir de R$ 1 mil. Para maior rentabilidade, exigem aplicação maior, em geral, a partir de R$ 50 mil.
LCI/LCA - LETRAS DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO E DO AGRONEGÓCIO
são títulos nos quais o investidor aplica seu dinheiro, que será emprestado pelos bancos a projetos de construção ou modernização no campo, por exemplo. Em geral, há prazo de carência para o resgate, que costuma variar de três meses a dois anos. Também são protegidos pelo FGC.
Pontos positivos
São isentos de Imposto de Renda, o que aumenta a capacidade de ganho líquido (o que efetivamente vai para o bolso do investidor). Uma Letra que paga 80% de DI vale mais que um CDB que paga 90% de DI, por exemplo.
Pontos negativos
A carência torna as Letras escolhas ruins para aplicações de curto prazo. Além disso, o governo estuda eliminar a isenção de IR, o que poderá derrubar a rentabilidade líquida.
Dica de Ouro
Procure LCIs e LCAs em pequenos bancos (que são oferecidos por corretoras). Eles oferecem juros mais generosos do que as grandes instituições financeiras.
Quanto investir?
Alguns bancos oferecem aplicações iniciais abaixo de R$ 1 mil. No entanto, é mais comum encontrar valores mínimos mais altos, acima de R$ 30 mil.
FUNDOS MULTIMERCADO
Uma das categorias mais populares dos fundos de investimento, os multimercados formam uma "cesta" de diferentes ativos dentro de uma mesma aplicação: moedas estrangeiras, títulos públicos, ações, certificados de crédito etc. O objetivo é buscar possibilidade de ganho mais alto.
Pontos positivos
São atraentes principalmente no longo prazo, pois o desconto do Imposto de Renda é regressivo, fica menor ao longo do tempo. Podem remunerar acima de 100% do DI.
Pontos negativos
Investidores sem muito dinheiro para aplicar (menos de R$ 50 mil) podem ter dificuldade para encontrar taxas de administração abaixo de 1%, ou seja, pagam caro demais pela aplicação. Os fundos não são cobertos pelo FGC.
Dica de Ouro
Ao avaliar a rentabilidade de um fundo, não se deixe iludir pelos resultados nos últimos meses. Questione o gerente do banco ou o agente da corretora sobre a perspectiva futura e os fatores de risco.
Quanto investir?
Fundos que pagam bons rendimentos e cobrem taxas de administração razoáveis costumam exigir aplicação mínima a partir de R$ 20 mil. Mas há fundos mais acessíveis, a partir de R$ 500.
ESTEJA ATENTO
Acompanhar as novidades da economia é fundamental para fazer sua estratégia. Este ano reserva uma peculiaridade: a Taxa Básica de Juros (a Selic), que está em 6,5%, poderá voltar a subir para conter um possível risco de inflação, economistas ouvidos pelo Banco Central preveem que fechará 2019 em 7%. Caso se confirme, a nova Selic devolverá parte da atratividade perdida por CDBs e Fundos DI, que remuneram percentual do Juro Básico.
A aplicação ideal depende do objetivo do investidor, da rentabilidade desejada e dos riscos que está disposto a correr.